Ponto
Sai na segunda, sonolento, numa melancolia de domingo mal fruído. O ronco dos motores passantes é esgar de dentes podres da vida compulsória, é um futuro como muro cinza. Voltar pra cama, voltar pro sono, pro útero - queria. Os olhos engolem as lágrimas. Ninguém chora no ponto, por que ele o único? Engole o querer e acena para o ônibus. Some dentro da imensa caixa de aço, deixando um rastro de fumaça e resignação que se dissolve no ar frio da cidade que amanhecerá.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
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